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Revitalização das praças resgata história de Cuiabá e recupera espaços públicos


Com a proposta de recuperação dos espaços públicos e patrimônios históricos, a Prefeitura de Cuiabá está realizando a revitalização das principais praças da Capital. As praças estão recebendo reformas completas e também a restauração arquitetônica, preservando as características históricas daquelas que são consideradas um ‘livro vivo das biografias cuiabanas’. O projeto de revitalização, segundo o prefeito Emanuel Pinheiro, resgata a história de Cuiabá, que completa, em 2019, 300 anos. “Estamos trabalhando com objetivo totalmente voltado para a qualidade de vida da nossa população. As reformas desses espaços são com intuito de conservação e resgate. Queremos que nossa Cuiabá chegue aos seus 300 anos resgatando sua história. Para isso, toda a execução do projeto está sendo realizada com aparato de uma equipe especializada em revitalização de bens históricos. Garanto à população que todas as orientações e normas dos órgãos competentes estão sendo seguidas, garantindo assim, que os traços históricos do bem tombado irão ser preservados. O nosso objetivo não é de maneira alguma, executar obras que tirem os símbolos históricos da Capital,” explica Pinheiro. Um desses resgates começou pela cativante Praça Alencastro. Inaugurada em 28 de setembro de 1882, no século XIX, a Alencastro era chamada de Praça Real. O local foi palco de apresentações teatrais e também de touradas que aconteciam na “terrinha” mato-grossense. Para comemorar seus 135 anos, a Prefeitura realizou no espaço um grande projeto de revitalização. O ambiente passou por melhorias que foram desde o acabamento a inovações tecnológicas. Na parte do piso, foram instalados mais de 3 mil metros quadrados de cerâmica e tátil, harmonizando o ambiente e trazendo um visual tropical. Foram instalados 10 postes com lâmpadas Led e toda parte elétrica agora é subterrânea. Cumprindo a lei de acessibilidade, a Prefeitura colocou rampas de acesso para cadeirantes, calçadas adaptadas, placas indicativas, sinalização na horizontal, estacionamento especial. A praça agora também conta com uma nova fonte luminosa, onde foi instalados motores que bombeiam água, formando um show de manobras durante à noite. O coreto também ganhou restauração, mantendo seus traços originais, e a antiga e ‘frondosa’ árvore da figueira foi mantida. A praça conta com dez novos bustos de personalidades que marcaram a história política de Mato Grosso. Além dessas melhorias, anexo ao espaço, está sendo construída a Estação de ônibus Alencastro. Recebendo até cinco mil passageiros por dia, com uma capacidade de acomodação simultânea equivalente a 760 pessoas, a estação traz uma tecnologia inovadora idealizada pelo prefeito Emanuel Pinheiro, a fim de proporcionar viagens mais confortáveis e seguras. Com a instalação de 150 placas solares, o novo ponto de parada será climatizado e vai operar de maneira sustentável e eficiente, aos moldes dos padrões internacionais que vigoram na construção de abrigos de ônibus nas principais capitais do mundo. Ao todo, uma frota equivalente a 41 veículos fará sua parada em horários pré-estabelecidos no espaço. A previsão de entrega da estação é para dezembro. Seguindo com as revitalizações, a equipe de obras atualmente está na Praça Ipiranga. Localizada às margens da Avenida Tenente Coronel Duarte, a Praça Ipiranga, chamada de ‘Largo da Cruz da Alma’ à época do Brasil Colônia, foi palco de enforcamento de pessoas condenadas. O local também foi um dos primeiros de Cuiabá a ser a funcionar uma feira livre e mercado público. No século 19, recorreu à época em que o Governo provincial tornou-se lei a instalação de chafariz no local. O chafariz seria alimentado pelas águas de um manancial existente na parte superior da travessa Vilas Boas (atual avenida Generoso Ponce de Arruda). O monumento foi instalado na região porque Cuiabá até então, não possuía um sistema de abastecimento de água. Além do chafariz, várias palmeiras foram plantadas e o largo tornou-se ponto de encontro para bate-papos. Na década de 1930, o coreto municipal foi transferido para a praça, onde se encontra até hoje. Atualmente a praça é palco de várias manifestações artístico-culturais. Em outubro desde ano, a equipe da Prefeitura iniciou no espaço as obras de reforma e restauração. A reforma contará com a recuperação do coreto, concreto e fiação elétrica, colocação de piso, instalação de rampas de acesso e piso tátil, cumprindo a lei de acessibilidade. Na parte de paisagismo, Palmeiras, Flamboyants, Oitis e Ipês serão plantados, contribuindo para a projeção da sombra no entorno. As obras já estão na fase de alvenaria. A Prefeitura também realiza o processo de restauração arquitetônica do bem tombado, que tem o objetivo de preservar as características históricas do espaço. “Há uma equipe especializada em restauração executando os trabalhos de recuperação dos bens tombados, entre eles, o chafariz. Este trabalho tem sido realizado com todo cuidado para que as peças sejam entregues com todas as características originais de sua instalação, em 1914,” salienta o secretário de Serviços Urbanos, José Roberto Stopa. Em questão das vias das Avenidas, no lado de acesso à Isaac Povóas será alargado. Já os pontos de ônibus localizados em frente ao espaço, não sofrerão mudanças. A previsão de entrega do espaço à população é para o próximo ano, no mês de abril, quando se comemora o aniversário de 299 anos de Cuiabá. Praça Popular – Nascida junto com o primeiro conjunto habitacional da Capital, construído na gestão do presidente Eurico Gaspar Dutra (1946- 1951), a Praça Popular começou desenhar seu formato atual nos anos 60. Nesta época, auge da Jovem Guarde, a juventude se reunia no local para realizar os ‘bailinhos’. Hoje, com uma dinâmica mais comercial, a região, cercada por bares, restaurantes, entretenimento, se tornou um tradicional local dos encontros noturnos da população cuiabana, fomentando a economia local. Com essa dimensão histórica e socioeconômica, a praça recentemente foi toda revitalizada. Canteiros, jardins, poda de árvores, recuperação dos bancos, canteiros, quadra, parque infantil e pintura em geral foram alguns dos serviços contemplados na reforma, garantido a organização do Natal da região. Maria Taquara - O espaço histórico, localizado no cruzamento das Avenidas Tenente Coronel Duarte e Generoso Ponce, é o próximo a passar por melhorias. Com as mesmas propostas das demais praças, o ambiente também será todo revitalizado e entrega à população dentro do cronograma de festividades em alusão aos 299 anos de Cuiabá. “Este é mais um espaço que há muito tempo demanda melhorias. Estamos trabalhando com muita dedicação para que já no próximo mês a equipe de obras inicie as obras na Praça”, observa Stopa. A praça ganhou este nome em homenagem a uma mulher negra, alta, magra e lavadeira, que viveu na Capital entre as décadas de 40 a 50. Maria, de origem nordestina, foi considerada a primeira mulher a usar calça na região cuiabana, lavava roupa às margens de córregos e apesar de ter um barraco para morar, vivia como uma moradora de rua. Criada pelo artista plástico, já falecido, Aroldo Tenuta, a peça está situada na parte baixa da ‘Ladeira Bom Despacho’, e mede 4,20m de altura e pesa 450 quilos. Maria Taquara prestava serviço a um senhor chamado João Balão, dono de um hotel na cidade. Segundo relatos de historiadores, a intenção de fazer uma estátua teria partido desse morador. Praça da República - Neste pacote de melhorias, com cronograma para o ano de 2018, está a famosa Praça da República. Quem passa por este cenário que é um cartão postal cheio de encantos e história, já escuta as badaladas dos sinos anunciando a missa da tarde, os cantos dos pássaros entre as verdes folhagens das ‘frontosas’ árvores e a molecada desfilando ao anoitecer. Assim é a Praça da República que abriga em seus traços belas narrativas da Cuiabá de quase 300 anos. O espaço, nos primórdios da história, era chamado de ‘Lago da Matriz’ e abrigava, em meio às palmeiras imperais, o pelourinho e a cadeia da Província cuiabana. Era lá também que os portugueses se reuniam para debater política. Vários episódios religiosos, políticos e culturais da história do estado aconteceram no Lago da Matriz. Foi logo após a Proclamação da República, com a chegada dos avanços tecnológicos ao estado e então à cidade começou a ganhar um dinamismo com as melhorias urbanas. Nesse período, Cuiabá vive uma grande reforma, onde a maioria das praças ganham novos ‘chamaris’. E foi nesta divisão de marco que aconteceu a primeira a primeira ‘queda de braço’ entre igreja e os governantes, que dominavam a política da época. De um lado os Bispos brigavam para que o espaço ganhasse o nome de “Praça dos Padres”, do outro os governantes, com suas tropas desbravadoras, se sentiam ‘donos’ das revoluções e não aceitavam as vontades da Arquidiocese. Foi então, que o governador, à época Mário Corrêa, impôs seu poder e o antigo Lago da Matriz passa a se chamar, em 1920, “Praça da República” – conhecida também de “Centro do Poder”. Segundo o poeta Moisés Martins é extremamente visível a importância da Praça da República como um primeiro núcleo de urbanístico de uma cidade altamente colonial e ribeirinha. “Do rio Cuiabá para praça é que surgem as várias situações urbanísticas, a população foi crescendo em volta dessa praça, é a partir dali que a capital se expandiu”, conta Martins. Outros elementos deste cenário, que ajudam a contar nossa história são as esculturas. Para representar um período de "modernidade", nos quatro cantos extremos da praça têm-se esculturas, com traços de anjos, representando as quatro estações do ano. Mais adiante, na parte direita, uma criação do artista Jonas Corrêa, a estátua da justiça, que foi batizada de “manifesto em favor dos pobres e os tratamentos as crianças”. Além dos espaços centrais, a proposta segue para os bairros, com a reforma dos ambientes de lazer dos bairros da Capital. “Entendendo que as melhorias nestes locais impactam diretamente a qualidade de vida da população, o prefeito Emanuel Pinheiro nos pediu dedicação total para os projetos de revitalização. Assim também entendesse que os nossos bairros necessitam desse olhar mais cuidadoso. Isso leva acessibilidade de lazer com qualidade para todos, “ finaliza secretário Stopa.

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