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Siriri e Cururu

As roupas são coloridas e o agito das saias das moças confirma a alegria embutida na dança do siriri – uma das manifestações folclóricas típicas da região pantaneira, que invade os palcos e resgata a identidade deste povo. Mulheres de um lado, homens do outro. No encontro de ambos, o replicar do cotidiano de um povo acostumado a valorizar a tradição, passada de geração para geração. Ao siriri, se junta o cururu (apresentado apenas por homens), ambos tocados com instrumentos típicos, como a viola-de-cocho e o ganzá e acompanhados pelo ritmo das palmas.

A origem é indígena e, ao longo dos anos, o siriri e o cururu ficaram restritos às comunidades ribeirinhas. Há 15 anos, ganharam os palcos e se espalharam por todos os segmentos sociais. Os grupos se proliferaram e, hoje, participam do Festival de Siriri e Cururu, realizado em Cuiabá e que atrai grande número de visitantes.

Com um lenço preso entre os dedos da mão direita ou sem ele, revoluteia no meio daquele círculo imóvel, geralmente no terreiro da casa, cantando e fazendo os mais variados requebros.

O cururu, para alguns estudiosos da matéria, é uma dança originária de São Paulo, mas para outros é uma dança folclórica regional típica da região Centro-Oeste. Há várias linhas para a origem do cururu. Existem aqueles que falam do cururu como uma dança de origem tupi-guarani com função ritualística.

A origem do nome também é controversa. Há duas teorias: uma, que diz que vem de “caruru”, uma planta que era cozida com o feijão servido antes do início das orações e da dança; e outra que remete a origem ao sapo-cururu.

Na dança do siriri, as mulheres remexem as saias, sempre com um sorriso no rosto. Os homens batem o pé no chão e fazem a corte.

A expressão corporal e a coreografia transmitem o respeito e o culto à amizade, por isso é conhecido como dança mensagem. É praticada por crianças, homens e mulheres.

Já o cururu é tocado apenas por homens vestidos com suas melhores roupas e que fazem improvisações e repentes para cortejar as moças. O ponto alto da apresentação é o momento em que o Divino “pousa”, quando o cururueiro (ou canturião) canta e saúda a sua chegada.

O cururu, atualmente, no Centro-Oeste ainda é dançado nas festas do Divino e de São Benedito. Em São Paulo, ele é mais um desafio de violeiros. São usados a viola-de-cocho, o reco-reco e o ganzá. Nos desafios, cada violeiro desafia o outro, como um repentista. O tempo é marcado pela viola e pelo público, que acompanha cada verso e resposta.

Apesar de parecem profanos, o siriri e o cururu estão presentes em festas religiosas, como a de São Gonçalo e a de São Benedito. (Fonte: LAURISTELA, 2011, p. 112-157)

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